Ainda
no governo de Fernando Henrique Cardoso, em janeiro de 2001 foi aprovada a Lei 10172
em que regularizou o Plano Nacional de Educação, dentre as diretrizes e
objetivos deste plano incluía-se o desafio de oferecer uma educação compatível
na extensão e qualidade à dos países desenvolvidos. Na época, correram boatos de
que esse plano nasceu da necessidade política do Brasil em participar da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas),
fechando um acordo de facilidades alfandegárias entre 34 países, dando fim ao
bloqueio econômico que sofriam dos EUA. Especulava-se que Bill Clinton e sua
equipe não acreditavam no potencial econômico comercial do Brasil de FHC,
porque não viam futuro numa comercialização basicamente tecnológica para um país
que seguia um triste histórico de alto índice de analfabetismo. Realmente, se
pensarmos por esse lado, como consumir computadores, celulares, tablets etc. sem
saber ler e escrever? Daí veio a solução pautada na NÃO REPROVAÇÃO escolar
nos ensinos infantis e fundamentais, tentando assim erradicar a evasão escolar,
e mais, travou-se uma forte campanha para os adultos semi e analfabetos até então,
que voltassem às salas de aulas, o país necessitava de uma população que pudesse
consumir os produtos impostos pelos EUA.
A ideia
na teoria era, e, é ótima, pois, ‘povo
que recebe educação é um povo cidadão e apto para exigir seus direitos’. Porém,
anos a fio de falta de investimentos e vontade política, não podem ser
resolvidos da noite pro dia, moral da história, hoje temos um alto índice, não
de analfabetos como antes, mas, sim de analfabetos funcionais, ou seja, aqueles
que lêem e escrevem, mas não conseguem compreender, é quase um autômato, ele lê,
mas não sabe o que leu. Em 2005, o IBOPE relatou que 75% da população
brasileira está inserida no quadro de Analfabetismo
Funcional, e é fácil validarmos esses dados, basta prestarmos atenção nos
posts dos Facebbok’s e What’sApp’s da vida.
Bom,
relatei tudo isso porque fiquei muito feliz, ao ver uma luz no fim do túnel,
calma, vou explicar direitinho. Faço parte daquele pequeno grupo de pessoas que
acreditam no “Faça a sua parte”, só reclamar do governo atual não adianta,
tem que contribuir para melhorar o que está ruim ou deficiente, e claro, se
informar e pensar muito na hora de votar. Mas, voltando à iniciativa que me
deixou mega feliz, mesmo com esse quadro triste de analfabetos funcionais e da
tecnologia que pode lhe proporcionar ler esta matéria no seu celular, tablet ou
laptop, por exemplo...Duas amigas que se conheceram no final da década de 90, na
faculdade de Letras em Petrópolis, quinze anos depois se reencontraram, hoje, Rita Tré Becker, pós-graduada em Língua
Portuguesa e Rebeca L’Gall, pós-graduada
em Gestão Escolar, colocaram em prática o sonho que acalentavam desde a
faculdade, dessa parceria nasceu a Ideia
e Ideais Editora, e exatamente por tudo isso que falei até agora, não tinha
como não entrevistá-las e saber o que as motivou e o que esperam desse novo
projeto.
Com a globalização digital que assola o mundo, porque
abrir uma editora, e mais, porque abrir uma editora em um país que ainda mantém
um número considerável de analfabetos, e pior, apresentando hoje um número
maior ainda de analfabetos funcionais?
Rita Tré Becker |
R/R: Porque o livro físico não morrerá jamais e a
Ideia e Ideais Editora acredita que o número de adeptos ao livro aumentará, não
só pelo nosso ideal, mas, também, pelos dados estatísticos da SNEL (sindicato
nacional dos editores de livros).
De 1964
a 1968, período da ditadura instaurada pelo golpe
militar no Brasil, apreendeu-se, coagiu-se e censurou-se a publicação de livros
e revistas. De onde vêm a esperança e a determinação, hoje, em tocar um projeto
tão desestimulado pelos governos posteriores à ditadura militar?
R/R: Honestamente, não nos preocupamos com
desestímulos de quaisquer origens, acreditamos sim na transformação positiva
que o livro permite.
Rebeca L'Gall |
Com o momento político atual do país, foi fácil ou
difícil abrir a Editora?
R/R: Abrir todo e qualquer negócio não é fácil,
porque se trata de responsabilidades, porém, quanto à burocracia, não houve
dificuldade.
Qual o objetivo desejado com o projeto “Contos
Reunidos”? Qual o público-alvo pretende-se alcançar?
R/R: Incentivar a criação literária, divulgar novos
autores, trazer à superfície lembranças e ensinamentos e recuperar valores
fundamentais em decadência.
Quantos e quais segmentos literários já fazem parte
da composição/acervo da Ideia e Ideais Editora?
R/R: A Ideia e Ideais Editora é nova, tem dois meses
de vida. O primeiro título/lançamento será o Projeto Contos Reunidos – Uma Nova
Leitura de Vida.
Quando e onde será a inauguração da Ideia e Ideais
Editora? Já existe o livro lançamento? Qual?
R/R: A inauguração/lançamento da Ideia e Ideais
Editora será em 25 de julho de 2015, Dia do escritor, na Sala Cinema do 32 BIL,
em Petrópolis – RJ, em horário a ser confirmado. O primeiro título/lançamento
será o Projeto Contos Reunidos – Uma Nova Leitura de Vida.
Como, e, em quê o E aí? pode ajudar a Ideia e Ideais
Editora? O que desejam de nós?
R/R: Divulgar a Ideia e Ideais Editora é divulgar a
Cultura, a Educação e os Novos Autores. Acreditamos que o E aí? Tem esse perfil.
Muito obrigado pelo carinho Rita e Rebeca, nós do E aí?!
estaremos sempre prontos para ajudarmos no que for preciso, para que a Ideia e
Ideais Editora tenha vida longa, e manter acesa a chama utópica de um Brasil
consciente, conhecedor e detentor de seus direitos e deveres garantidos. Quem se interessar em fazer parte do Projeto Contos Reunidos, ou pensa em ser um novo autor da Ideia e Ideais Editora, entre no site por aqui mesmo, basta ir na coluna aqui da direita em 'Parceiros' e clicar na editora, vamos gente, coragem! Viva a
leitura!
Conceição - E Aí?!, muito obrigada pelo carinho e confiança. Rita e eu adoramos! Beijos, linda!!!
ResponderExcluirNós é que temos que agradecer pela disponibilidade e confiança creditada a nós. Obrigado.
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