A Páscoa é uma festa religiosa e um feriado
que celebram a ressurreição de Jesus ocorrida três dias depois de sua
crucificação. É a principal celebração
do ano litúrgico cristão e também a mais antiga e importante festa
cristã. A data da Páscoa determina todas as demais datas das festas
móveis cristãs. O domingo de Páscoa marca o ápice da Paixão de Cristo e
é precedido pela Quaresma, um período de quarenta dias de jejum,
orações e penitências. A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica pela
data e também por muitos dos seus simbolismos centrais.
Diferente das igrejas católicas e batistas, para as
religiões de matrizes africanas, como a Umbanda, o Candomblé e a Quimbanda, a
data não é confraternizada da mesma forma. É um momento de celebração da vida,
da existência do ser humano e de fazer o bem, como em todos os outros dias.
A doutrina ou religião espírita também não reconhece
a Páscoa em sua filosofia. Os espíritas vêem a Sexta-Feira Santa como um dia
qualquer, em que realizam suas atividades normalmente, como também não
cultuam qualquer outro dia considerado santo no Brasil. Isso porque a rotina
doutrinária considera e sempre aborda o Deus vivo descrucificado.
Os fiéis das religiões afro-brasileiras praticam o
jejum em dias de trabalhos espirituais e não limitam a prática somente ao
período da Quaresma. Há muito as religiões de matriz africana romperam com as
tradições do catolicismo no Brasil. Um fato ostensivo deste dessincretismo
religioso é o rompimento definitivo de muitos terreiros do culto aos orixás
(candomblé) em seus calendários religiosos com o chamado LOROGUM (rito em que
os orixás se despedem dos adeptos e neófitos como se partissem para a África,
retornando somente no sábado de aleluia). Enquanto católicos e cristãos
celebram o período pascal, o Candomblé busca um maior contato com Olorum (Deus) munido da certeza de que no plano terrestre a missão dos humanos é fazer
o bem.
Quanto a tradição sobre os Ovos de Páscoa,
antigamente eram ovos de galinha tingidos especialmente decorados e trocados
como presentes para celebrar o feriado da Páscoa. Mas o costume moderno
consiste em trocar ovos de chocolate.
Já o Coelho da Páscoa é fruto de histórias da
antiguidade. No Antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento e
a nova vida. Alguns povos consideravam o coelho como o símbolo da Lua,
portanto, é possível que ele tenha se tornado símbolo pascal devido ao fato de
a Lua determinar a data da Páscoa. O certo é que os coelhos são reconhecidos
historicamente por sua capacidade de reprodução,
e geram grandes ninhadas, e a Páscoa marca a ressurreição,
vida nova, tanto entre os judeus quanto entre os cristãos.
Existe também a lenda, de que uma mulher pobre
coloriu alguns ovos de galinha e os escondeu para dá-los a seus filhos, como
presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram os ovos, um coelho passou
correndo. Espalhou-se, então, a história de que o coelho é que havia trazido os
ovos. Fato é que o Coelho da Páscoa é um popular personagem lendário que
distribui presentes, análogo ao Papai Noel em muitas culturas. Uma
tradição ocidental de origem não religiosa, o Coelho da Páscoa, assim como
o Papai Noel, representa a tradição de trocar presentes em datas festivas.
Para algumas denominações, é o retrato da secularização e comercialização
da festa da Páscoa. Enfim, comungo da mesma opinião de meu pai, Ubirajara
Sardinha:
"Somos muitos sendo um só!. De maneira variada, as religiões ou seitas encontram a forma própria de exercitar sua crença. É possível, entretanto, perceber elementos comuns a todas elas.”
Independente de religião que os povos e famílias se
unam para confraternizar e trocar bons augúrios. Desejamos a todos nossos
leitores dias melhores, saúde, prosperidade, amor ao próximo e Uma Boa Páscoa!
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