Pedindo licença ao chefe
para usar esse espaço para mais uma reflexão minha. Ei, você aí leitor,
acalme-se, não será uma página do ‘meu querido diário’, risos. #Sóquenão
#Équaseisso.
Tanta coisa aconteceu nos
últimos dias, tanto na minha como na vida de pessoas próximas a mim. E essa
minha obsessiva mania de ver a vida como se estivesse assistindo a um filme,
tem momentos que parece uma obra de Quentin Tarantino ou Spike Lee.
Cronologicamente recebi duas notícias de grande impacto quase ao mesmo tempo, e
ambas, em sua definição extrema de alegria e tristeza. Triste ter de me
despedir de Vó Cecília. Alegria plena em me tornar uma das herdeiras de
Candaces. Triste com a partida de Luana Muniz. Satisfação em saber que o filme
‘Lorna Washington – Sobrevivendo a Supostas Perdas’ foi selecionado para mais
um festival, no MoDive-se em Campinas/SP. Doloroso ter de aceitar a volta às águas de Mãe Beata ti Yiemonjà. Gás novo com a
inscrição do ‘Filha da Lua’ no Rio Festival G&S no Cinema. E tudo isso em
meio à produção da Revista Prêmio Machine – Bastidores do Carnaval Carioca, que
está sob minha total responsabilidade e me faz desejar que o dia tivesse 26
horas.
Pano rápido, mas com o mesmo
cenário de fundo.
Meu amigo e diretor dos
documentários que citei acima me indicou para assistir “Eu Não Sou Seu Negro” de
James Baldwin e Raoul Peck, no youtube, a falta de tempo e o inglês ‘meia boca’ me
impediu de passar do trailer. Porém, confesso que o trailer foi suficiente para
os vários pontos de interrogação que eclodiram na minha cabeça: Por que nós,
negros brasileiros, somos tão lentos em reivindicar, cobrar, lutar e conquistar???
E a resposta veio de imediato ao assistir o documentário “O Negro no Brasil” - https://youtu.be/zJAj-wGtoko. E
junto com a resposta veio também a solução: Persistir e não desistir. Não existe fórmula mágica, são 500 anos
de intimidação e invisibilidade, são muitas ações a serem naturalizadas,
ressignificações a serem percebidas por todos, independente da cor da pele.
E uma coisa vai ligando a
outra, formando um amálgama.
Não esqueça o cenário, continua o mesmo.
Uma entrevista no ‘Conversa
com o Bial’ com Carol Conka, Alexandra Loras, Yasmin Thayná, Eliane Dias e MC
Soffia (que causou um baffon com a
célebre frase: “Eu não me inspiro, eu vejo!”), foi uma catarse. Alimentou ainda
mais a minha percepção de luta e necessidade de Lugar de Fala para os negros,
agora, numa linha reta até às mulheres negras desse país. Se você acha que se trata de mimimi, por favor, assista a
entrevista e respeite minha opinião, essas mulheres me representam física,
social e intelectualmente. Grata! https://youtu.be/oIC71I6TjGo
E o cenário ainda é o mesmo.
Desde que voltei a morar em
Caxias, reclamo da ínfima divulgação cultural, no início cheguei a pensar que
simplesmente não existia cultura na Baixada. Foi então que conheci o Fórum de
Cultura da Baixada, e com ele descobri uma nova Baixada, riquíssima de conteúdo
cultural. Entretanto, continua batendo na tecla “divulgação”. Andando pelo
Centro de Caxias, resolvi ir visitar o Instituto Histórico que funciona na
Câmara de Vereadores, e qual foi a minha surpresa ao saber que está rolando
desde o dia 25 de maio a 3ª Edição do Festival Mate com Angu de Cinema Popular.
Um evento de grande
proporção cultural para toda a Baixada Fluminense, necessário no combate ao
preconceito social e ao apartheid
geográfico promovidos por uma sociedade elitista e hipócrita e assegurado pela
indiferença institucional. São mostras nacionais competitivas de curtas (o
concurso Baixada 1 minuto, é PHOD..), lançamentos de longas, exibições em
praças públicas, rodas de conversas, exposições fotográficas, shows etc., e
tudo isso DE GRAÇA!
O Cineclube Mate com Angu
existe há 15 anos. Junto com o Gomeia Galpão Criativo e Terreiro de Ideias, as parcerias do Lira de Ouro, Associação dos Amigos do Instituto Histórico e a
Casa Fluminense, realizaram este festival de cinema popular. Ainda imbuída do
espírito da entrevista do Bial, ontem fui como Candace e Bloguista1 (é isso mesmo, prefiro
essa denominação, Bloguista) para o Galpão Gomeia e tive o prazer de assistir
Casca de Baobá; Lua em Sagitário; Vênus – Filó, a Fadinha Lésbica; Arremate e Ralé
(com presença da atriz Simone Spoladore), numa vibe de altíssimo astral. O festival vai até 31 de maio, e se
quiser saber a programação acesse www.matecomangu.org/festival2017.
Vale também assistir e votar os curtas do Baixada em 1 minuto, meus favoritos
foram “É Longe ou Demora pra chegar?” - https://youtu.be/rFvtXJQJuXc?list=PLAhbhhbhNaDcqCN4ALUHF1e7Xaz91Xno5 e “Dois
Lados” - https://youtu.be/d_Acq6Jnq0A?list=PLAhbhhbhNaDcqCN4ALUHF1e7Xaz91Xno5
Baixada, acooorrdddaaa!! Nós
temos cultura pra dar, vender e até ensinar para o resto do país. Se liguem, se
não prestigiamos a prata da casa... Quem vai?
Fecho as cortinas, o público
aplaude, tiro o cenário, apago as luzes. Por hoje é só, querido diário! 😝😆😆😚
1 https://resenhasefolhetins.blogspot.com/2016/01/blogueira-ou-bloguista.html
Vejam o que captei no Galpão Gomeia, percebi que não conseguiria participar do concurso Baixada em 1 minuto, rs. https://youtu.be/B-dSnp_G7XY
Vejam o que captei no Galpão Gomeia, percebi que não conseguiria participar do concurso Baixada em 1 minuto, rs. https://youtu.be/B-dSnp_G7XY
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