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Mais uma vez peço licença ao
Boss e aos meus companheiros aqui do
blog, para uma divagação pessoal e intransferível, rs.
Com tantas opiniões e
atitudes contrárias ao idealismo de Woodstock
é difícil crer que ainda habito o mesmo planeta em que nasci. O idealismo Paz
& Música da Era de Aquário
celebrado por uma horda de jovens (estima-se que mais de meio milhão de pessoas
foram ao festival) que esperavam e desejavam uma mudança radical de filosofia
cultural, o festival demonstrou fielmente a ‘era da contracultura’ consumida e
naturalizada até então.
A onda do paz & música
de Woodstock chega em terras
tupiniquins que vivia um regime ditatorial militar, e se naturalizou em Paz & Amor! Mesmo com os ‘milicos’
baixando o pau na galera do paz e amor, a vida cultural brasileira,
principalmente na música, já tomava rumos gigantescos com a Tropicália. O
tropicalismo de Gil, Caetano, Bethânia, Gal, Tom Zé, Mutantes e outros ganharam
força expressiva à frente da então Bossa Nova. Claro que, com tanta opressão da
ditadura militar acabou todo mundo preso e exilado.
Mesmo assim o lema Paz &
Amor tomou conta do mundo, a defesa do amor livre, dos direitos iguais, do equilíbrio
com a natureza foi cultuado ao extremo nos quatro cantos do mundo. Cada um com
o seu conceito próprio de amor e liberdade, mas todo o planeta ousava em ser
livre e promulgar seu direito de ser aceito e respeitado. EUA com os ‘Panteras Negras’
vivenciava a luta dos direitos raciais. A Tchecoslováquia
e sua Primavera de Praga tentavam ‘deseSTAnilizar’
o país. Em Paris, uma greve geral que
mobilizou 10 milhões de franceses em protesto ao governo de ‘De Gaulle’...
E a gente aqui sofrendo toda
falta de sorte possível nos Anos de
Chumbo. E no resto do mundo surgiam os hippies.
O Oriente contribui para toda essa
desconstrução com o Budismo e Hinduísmo. Musical Hair na Broadway. Godard e Truffaut com o cinema Nouvelle
Vague...
Claro que não ficamos atrás,
desconstruímos um regime ditatorial e opressor, estabelecemos o novo pensar e
conquistamos a liberdade com o Tropicalismo, Festivais da Canção, Glauber
Rocha, Oiticica, O Pasquim, Chico Buarque e sua ‘Roda Viva’... Uma ‘liberdade’
que hoje percebemos nunca ter existido, senão a teríamos agora mais fortalecida
do que nunca.
No entanto, vemos uma ode ao
Ódio e Racismo no Mundo. Ataques terroristas em Londres, Barcelona, Rússia,
Filipinas, Quebec, Estocolmo... Isso sem falar em Charlotesville e BRAZILsville. Nunca foi tão incômodo
para uma minoria (pelo andar da carruagem já duvido que sejam minoria) estúpida
e ignorante, o OUTRO em sua
composição. O que veste, o que come, o que ouve, com quem transa, a cor da
pele, pra quem reza, se reza, a condição social... Tudo isso é passível de
julgamento e condenação instantânea...
Confesso que em vários
momentos assistir a esse filme de terror e péssima qualidade dá uma agonia,
desesperança e apatia. Mas, como dizia minha sábia mãe: ‘Há sempre uma luz no fim do
túnel, mesmo que seja uma ilusão de ótica, você foi até lá e viu, com isso o
tempo passou, pode ser que no final do túnel não tenha um arco-íris, mas tem
céu aberto, do céu vem água e água é a fonte da vida!’
Acredito que ela tenha
razão, os últimos dias foram bem intensos, renovadores e curiosos. Perceber a
falta de interesse de alguns com assuntos totalmente direcionados a esses mesmos
alguns; a simplicidade de um café com bolo acompanhado de um bom papo sobre a
vida com minha comadre ‘Izabé’, rs; o brilho nos olhos de uma amiga
falando de seu futuro empreendimento; a dor da vida sendo vida que segue: Até
um dia Maria!... Dois jovens que vi nascer, hoje adultos, falando com tanta
maturidade, sensatez e conhecimento sobre assuntos até ontem, debatidos por
intelectuais defasados, déspotas e preconceituosos...
Tudo isso me fez ver a luz
no fim do túnel, ir até lá, olhar pro céu e esperar a chuva cair!
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