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Conto 'Mestre Sala' - Capítulo 6

 


6 

           Quatro meses se passam. Elisa pede à enfermeira que chame Larissa para uma conversa. À noite, na final da escolha do samba para o carnaval, os diretores de ala, presidente, diretores de harmonia percebem os olhares, o excesso de sorrisos e os gestos de carinho entre o mestre-sala e a Rainha de bateria, menos Larissa. Do lado de fora, vários ônibus com torcidas organizadas movimentam as ruas próximas, e intensificam o transito em torno da quadra da Escola, pessoas chegam cantando seus sambas favoritos. Alguns sambistas de nome chegam à quadra para prestigiar seus amigos compositores e diretores. Na final, estavam concorrendo quatro sambas, os compositores investiram distribuindo cd’s, camisetas, bolas de gás, fitas, confetes, faixas, cerveja e lanche para seus torcedores ajudarem na evolução de seus sambas na quadra, com o intuito de vencer o campeonato e ter o seu samba gravado e levado ao sambódromo, defendendo o enredo da agremiação.

Apesar desse grande evento, o patrono bastante irritado, chama a atenção asperamente da passista, por estar desrespeitando a sua colega de escola, a agremiação, e os familiares presentes, que assistem suas apresentações com olhar de reprovação. Mary se desculpa, e diz que se policiará para que não ocorra novamente o transtorno. Larissa, feliz pelo samba vencedor, guarda a bandeira, abraça os compositores, e diz que o campeonato já é deles.

Robson faz sinal para Mary, que finge não entender e manda um bilhete pelo seu primo, Marcelo, capitão da comissão de frente, marcando encontro pra depois da comemoração.

            A porta-bandeira decide ir pra casa, e Robson diz que vai mais tarde, com os amigos, dando a chave do carro para ela voltar com seus vizinhos. Com a saída de sua esposa da quadra, o mestre-sala procura Mary no estacionamento, e seguem no carro dela para o motel mais próximo da quadra da Escola, sob o olhar de desaprovação de seu primo, Marcelo. Mestre-sala e Rainha de bateria não se importam com o risco que correm, a química que existe entre o casal é maior que o medo, se realizam plenamente na cama. Porém, Mary impõe que Robson tome uma decisão entre ela e Larissa, alegando que não pode mais viver em segundo plano na sua vida, por amá-lo perdidamente, e diz isso cantando “Amantes”.

“Eu queria ser bem mais que amante,

Quero ter você o tempo todo...” 

            Ele pede para ela parar de cantar a música, mas não diz que é por se lembrar de sua esposa, e que inclusive já cantou várias vezes para a porta-bandeira.

          Enquanto isso, Larissa acorda assustada com o pesadelo, no qual lhe serviam um prato cheio de cobras. Vai até a cozinha, bebe um copo de água gelada, e estranha que seu marido ainda não tenha voltado. Liga para o celular dele, que atende na hora em que está abrindo a porta de casa, e pergunta a ela o que foi que houve. Ela conta o sonho que teve, deixando-o cismado. Em casa, pensativa com a revista de simpatias que comprou nas mãos, Mary se sente mal por estar traindo sua colega, mas o que sente por Robson é mais forte. Vestindo apenas camiseta e calcinha, levanta, pega o celular e manda um torpedo para Robson, dizendo que o ama acima de tudo, mas ele, por estar dormindo com o aparelho desligado, só lê a mensagem no dia seguinte. 

Sua esposa, ainda acordada, desconfia de algo ruim, e começa a suspeitar de várias pessoas, menos de seu marido, ela sente que algo está errado por conta dos pesadelos, da relação, das insatisfações em tudo que ela está fazendo. E pensa em procurar a zeladora de seu marido pra conversar e se, necessário, ver o que pode ser feito.

            Larissa perde um dos empregos que tinha como professora de dança em um colégio particular no dia seguinte, e fica irritada com a situação, descarregando seu mau humor em cima das pessoas, principalmente em cima de Robson, pessoa que ela esperava ser a mais compreensiva, pois, ele sabia o quanto ela sempre foi batalhadora para alcançar sua independência financeira. Robson não suporta o comportamento cada vez mais agressivo de sua mulher, e a acusa de estar colhendo o que plantou, que estava pagando, palavras que ferem e pioram o humor da porta bandeira que não consegue assimilar a sua decadência e o afastamento contínuo de seu marido, e começa a odiá-lo, achando que ele está sendo injusto com uma pessoa que lhe ajudou, perdendo o ânimo para sair, e realizar seus afazeres. 

Os dois começam a discutir e travam uma luta brutal, Robson joga Larissa sobre a cama, e esta o estapeia descontroladamente, na tentativa de fazê-la parar, o mestre-sala agarra os cabelos da porta-bandeira e prende suas mãos. Ofegantes, beijam-se com fúria, desejo e ardor, arrancam suas roupas e se ofendem com palavras que aumentam a libido de ambos, se entregando, então, totalmente a um sexo sem pudores. 

 

 

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