Com muito orgulho e honra publicamos aqui em caráter inédito e exclusivo, o conto 'Mestre Sala' de autoria de Paulo Alcântara, Produtor de Conteúdo, Professor de História da Arte e Literatura, Historiador, Podcaster e sócio fundador do E aí?! faremos a publicação em capítulos, para que você, nosso leitor, possa apreciar a leitura com calma, ao final deste primeiro capítulo tem os links dos próximos. Boa Leitura e Divirta-se!
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Mês de agosto, imagem turva de um senhor exaltado, gesticulando, apontando o dedo no rosto de alguém, demonstrando irritação, mas não se pode ouvir o que ele grita. E no final de seu discurso, dá as costas, bate a porta da sala, sai da casa em passos rápidos, sem olhar para trás. Coloca seus óculos escuros e entra em seu carro.
Agitação nos corredores de um hospital público do Rio de janeiro, a equipe médica atende a uma senhora, e do lado de fora, há especulação de que seja derrame. Os vizinhos a encontraram em casa desacordada e com as suas roupas sujas. Dona Elisa morava sozinha, mas antes do acontecido tinha recebido a visita de uma parenta, e de um homem misterioso. Sua sobrinha chegou após Elisa ter dado entrada no hospital, aflita, com os documentos de sua tia nas mãos, providenciou a remoção para uma clínica particular, a imagem daquela mulher de óculos escuros, cabelos preso, unhas postiças, uma enorme bolsa, calça jeans trabalhada e saltos altíssimos de acrílico, chamava a atenção de todos.
Nervosa ao celular, a sobrinha interrompeu o lanche que fazia na cantina para ser fotografada por mulheres que a reconheceram da televisão. O sorriso se mantém mesmo nervosa com estado de sua tia. O público pede autógrafo e foto e, ela atende aos pedidos. Após conseguir a remoção de Elisa, acompanha sua tia na ambulância, segurando sua mão, tentando saber o que aconteceu, já que a senhora tinha uma boa saúde. Elisa lacrimeja e com dificuldade tenta falar, sem êxito. O paramédico que acompanha a remoção pede a sobrinha para não forçar a paciente, ter bastante calma, porque ela estava fora de perigo e precisava apenas de tempo e dedicação para se reabilitar. A sobrinha tira os óculos para secar as lágrimas, olha para fora da ambulância através da janela, e percebe que algumas pessoas acompanhavam a saída do veículo; levantou a sobrancelha, colocou os óculos, e o sorriso de volta, fazendo sinal de tudo bem.
A faxineira limpa a casa de dona Elisa, arruma o quarto, lava o banheiro, arrastando os móveis da sala encontra uma abotoadura de ouro, e a guarda no bolso. Quando Larissa, sobrinha de Elisa, chega, a faxineira entrega a abotoadura a ela e diz que encontrou o objeto ao lado do telefone, e que achava que pertencia ao moço que às vezes visitava a sua madrinha. Não conseguiu explicar como ele era fisicamente, porque era dispensada pela senhora sempre que ele estava prestes a chegar.
Em outro ponto da cidade, o agente de turismo, Ronaldo, apresenta a Pedra do Sal para turistas espanhóis, contando a história dos afros-descendentes, a escultura de Zumbi, o terreirão do samba, o sambódromo, a cidade do samba, a fundação José Bonifácio, e informando os acontecimentos importantes ocorridos nos bairros que se tornaram conhecidos por pertencer a ‘Pequena África’. Uma espanhola se dispersa do grupo a procura do que ela acreditou ter visto. “Um vulto mágico” passou rapidamente por entre as ruelas, enfeitiçou-a enquanto a turista ouvia o som de percussão diferente. Ela perguntou quem ele era, e antes de deixá-la perdida nas escadarias do Morro da Conceição, tinha se identificado como o samba.
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